Maria Vitória Valoto, estudante paranaense de 16 anos, desenvolveu um sachê que torna o leite comum bom para o consumo de intolerantes à lactose. A ideia, sugerida por pesquisadores da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), foi desenvolvida pela jovem com apoio de professores do colégio onde estuda em Londrina, e os resultados começaram a surgir após um ano de experimentos. O projeto foi finalista da feira de ciências do Google no ano passado (veja todos os projetos AQUI).
Intolerantes à Lactose são incapazes (parcial ou completamente) de digerir a o açúcar existente no leite e em seus derivados, pois o organismo não produz, ou produz em quantidade insuficiente, a enzima digestiva lactase – responsável por quebrar e decompor a lactose, ou seja, o açúcar do leite. Assim, essa substância chega ao intestino grosso inalterada, onde se acumula e é fermentada por bactérias que fabricam ácido lático e gases, promovendo maior retenção de água, cólicas e diarreia.
Embora os fabricantes de alimentos consigam produzir opções sem lactose com certa facilidade, o produto final tem dois problemas: o valor nutricional acaba reduzido, e o preço para o consumidor é alto, o que dificulta a compra regular para muitas pessoas. É possível também para alguns níveis de intolerância o uso de pílulas de lactase de via oral ainda mais caras. O diferencial da cápsula criada por Maria Vitória é o preço mais baixo e a aplicação: a cápsula deve ser adicionada diretamente no leite para neutralizar a lactose. Basta deixa-la agir por quatro a cinco horas para o produto fazer efeito. Além disso, é mais barato.
A cápsula de lactase criada pela estudante é reutilizável, funciona na geladeira e em temperaturas de até 37 °C, e apresenta o mesmo desempenho tanto no leite integral quanto no desnatado. Neutraliza de forma eficaz as enzimas de lactose no leite por até sete dias, e custa apenas alguns centavos. Maria está muito animada com a possibilidade de disponibilizar para qualquer pessoa sua solução: “De todos, o maior prêmio é impactar a vida das pessoas. Quando a gente começa a pesquisar mais sobre o assunto, a gente vê a dificuldade que as famílias encontram com essa questão. Então, ver que eu estou produzindo algo que vai beneficiar muita gente é uma realização pessoal muito grande. Eu me sinto extremamente feliz”, disse.
Confira o projeto.
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