Doença Celíaca
Publicado por Marcos Vinhal Campos
Estima-se que 45% da população mundial apresentem algum grau de incompatibilidade alimentar. Para discutir o assunto, o Hospital Santa Isabel convidou o Dr. Paulo Roberto Grimaldi Oliveira, para trazer o que há de mais moderno no diagnóstico desse tipo de problema que ataca diretamente o intestino.
“Responsável pela produção de 80% da serotonina do nosso corpo e muito importante para o nosso sistema imunológico, o intestino é considerado hoje o nosso segundo cérebro. Por isso é tão importante identificar que tipo de alimento está agredindo-o”, revela Dr. Grimaldi.
Durante a 26ª Jornada Científica do HSI, o patologista explicou que a incompatibilidade/intolerância alimentar é uma reação de defesa do nosso corpo contra o ataque de alguns alimentos, podendo manifestar-se através de uma série de sinais e sintomas inespecíficos.
A doença celíaca é uma doença decorrente dessa luta entre o organismo e o glúten. Afeta um em cada 100 a 200 pessoas, dependendo do país pesquisado. É induzida pelo glúten e provoca lesões inicialmente no intestino delgado. Outros sinais de incompatibilidade alimentar compreendem queixas gastrintestinais, cutâneas, respiratórias, neurológicas, ginecológicas, doenças autoimunes, obesidade, dificuldade para perder peso, processos alérgicos e doenças crônicas.
O diagnóstico da doença celíaca é feito através do quadro clínico, sorologia– IgA-anti-transglutaminase (ATA) e IgG-anti-endomísio – e biópsia de duodeno/jejuno alto obtida por endoscopia. “Havendo a confirmação, a pessoa precisa eliminar o glúten da dieta”, afirma Dr. Grimaldi.
Um estudo realizado pela Universidade de York, no Reino Unido, revelou que 75,8% dos pacientes que seguiram rigorosamente a dieta prescrita tiveram uma nítida melhora no quadro clínico três semanas após início da dieta restritiva. 92,3% dos pacientes notaram a volta dos sinais e sintomas ao reintroduzir esses alimentos em sua dieta.
Um levantamento feito nos Estados Unidos identificou que na população norte-americana os 10 alimentos mais incompatíveis com o ser humano em ordem de frequência são:
1. Glúten
2. Leite e derivados
3. Amendoim
4. Milho
5. Frutos do mar
6. Açúcar
7. Soja
8. Laranja
9. Carne
10. Ovo.
“No Brasil, ainda estamos na fase inicial dos estudos, mas já percebemos um alto índice de incompatibilidade com leite de vaca e derivados”. E os principais sintomas dessa incompatibilidade são:
1. Excesso de gases intestinais
2. Cólicas abdominais
3. Mau hálito
4. Sensação de distensão abdominal
5. Azia
6. Diarreia
7. Problemas de pele
8. Osteopenia
9. Osteoporose
10. Doenças autoimunes
11. Obesidade.
Para identificar quais alimentos provocam incompatibilidade alimentar, é preciso realizar um exame que pesquisa e quantifica o anticorpo chamado IgG (imunoglobulina G) no sangue. Atualmente no Brasil, o método empregado é o ELISA – Enzyme Linked ImmunoabSorbant Assay – que testa 109 alimentos, entre leites (cabra, ovelha e vaca) e ovos (clara e gema); peixes, crustáceos e frutos do mar; frutas; grãos; ervas e especiarias; carnes; nozes e castanhas; e vegetais. “Este exame pode resolver definitivamente um problema que há anos atormenta um paciente, mas que nenhum médico conseguiu identificar”, completa Dr. Paulo Roberto Grimaldi Oliveira.
O laboratório Pathos, que realiza esse tipo de exame, atua no Hospital Santa Isabel, na área de Anatomia Patológica.
Fonte
Paulo Roberto Grimaldi Oliveira – Graduado em Medicina pela UNIFESP, mestre em Anatomia Patológica pela UNIFESP e doutor em Oncologia pelo hospital A.C.Camargo.
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